E o Sol sabe que o conselho de administração do BPI já marcou a reunião para discutir o interesse da operação.
O presidente da Santoro, Mário Leite Silva, saúda, numa declaração escrita a disponibilidade dos espanhóis do Caixabank para analisarem a proposta e espera que a administração do BPI se pronuncie “brevemente”.
"Esperamos que o BPI também se possa pronunciar brevemente sobre o repto lançado pela Santoro, pois acreditamos firmemente nos méritos e no potencial de criação de valor de operações deste tipo – que trazem maior racionalidade ao sector financeiro português”, desafia Mário Leite Silva.
O presidente da Santoro recorda que, no comunicado de 6 de Março, Caixabank mostrou-se “receptivo a avaliar uma proposta quando os termos da fusão forem conhecidos”.
Também a administração do Millennium BCP veio imediatamente manifestar a sua “disponibilidade em aceitar o repto lançado pela Santoro 'havendo interesse do BPI'”, relembra.
Por isso, “competirá agora aos executivos trabalharem uma proposta concreta dos termos a apresentar”, afirma, acrescentando que “são posições de princípio muito positivas e encorajadoras”.
Mário Silva Leite assume, mais uma vez, que a posição da Santoro no sistema financeiro não é meramente financeira. Tem um cariz estratégico.
Os espanhóis do Caixabank lançaram, recorde-se, uma oferta pública de aquisição do BPI com uma contrapartida de 1,329 euros por acção.
O conselho de administração do BPI aconselhou os accionistas do banco a não aceitarem a oferta, defendendo que o preço deverá ser 70% superior. O Caixabank considera que o “preço é adequado” e que “no actual contexto não pode avaliar uma eventual fusão entre o BPI e o BCP cujos termos não foram todavia propostos".
A Santoro já manifestou a sua oposição a esta OPA, considerando-a inoportuna. A proposta de fusão entre BPI e BCP foi lançada por Isabel dos Santos, segunda maior accionista do BPI no dia 3 de Março.
"A proposta feita não teve, como já foi escrito inúmeras vezes, o intuito de criar um impasse. Foi realizada com o intuito contrário – o de propor uma alternativa viável e resolver o impasse em que nos encontramos”, justifica o presidente da Santoro.
"Acreditamos que esta proposta de criação do maior banco português, com posições de referência em 3 mercados de extremo potencial – Angola, Moçambique e Polónia -, gera valor para o BPI e para os seus accionistas e é positiva e favorável para todos os stakeholders", defende Mário Silva.