Num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre a próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (a 19 e 20 de Março), cuja agenda será dedicada, entre outros temas, à criação da "União da Energia", Jean-Claude Juncker apontou a cimeira realizada na semana passada em Madrid, na qual participou, como um bom exemplo de uma acção concreta para por termo a "elementos irracionais" no actual panorama energético da UE.
"No Conselho Europeu de 2002 em Barcelona, ao qual assisti como primeiro-ministro do meu país [Luxemburgo], acordámos um objectivo de interligações de 10%. Estamos longe [desse objectivo], mas, com as decisões que tomámos em Madrid, aproximar-nos-emos desse objectivo", disse, observando que, actualmente, a Península Ibérica é, de facto, "uma verdadeira ilha em termos de aprovisionamento energético".
Na reunião de Madrid celebrada a 04 de Março, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, e o presidente francês, François Hollande, assinaram uma declaração conjunta na qual se comprometem a trabalhar em conjunto para que a Península Ibérica deixe de ser uma "ilha do ponto de vista energético", com um mecanismo de monitorização que assegure o cumprimento da meta de 10% até 2020.
"Estou impressionado pelo facto de os três governos envolvidos terem estabelecido um grupo de trabalho que seguirá a aplicação das medidas que tomámos em Madrid. Se o tivéssemos feito em 2002, não teríamos que o fazer agora. Trata-se de agir de forma concreta. Foi o que fizemos em Madrid, há uma semana, e é o que devemos fazer para por termo a elementos irracionais na nossa paisagem energética", declarou Juncker perante os eurodeputados.
Lusa/SOL