“Apelamos ao Instituto Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) que remova nomes e memorial da praia! Está em causa o turismo desta zona e o bem-estar da população”, alegam as mais de 1100 pessoas que já assinaram o documento.
Os subscritores da petição reclamam que a praia é um sítio de “lazer” e não é “o local apropriado para colocar esculturas ou nomes, como tributo a quem aqui partiu”. Em “nome do turismo e da população” pedem que a cruz do escultor seja antes colocada no cemitério de Aiana: “a praia do Meco não tem culpa e não tem de carregar este peso”.
A autora da petição, D.M. de 55 anos, que ali tem casa e frequenta a praia desde a infância, disse ao SOL que neste momento todo o turismo na zona, incluindo os restaurantes da praia, estão a ser prejudicados com a quebra de clientes provocada pela tragédia. “Há muitos anos que não via a praia tão vazia como no Verão de 2014, e pelo pior motivo”, explica, acrescentando que este areal “tornou-se um local de má memória, o que não é justo!”, sobretudo quando noutras praias onde morreram pescadores «nenhuma duna tem os seus nomes gravados ou existe alguma estátua em sua homenagem”.
Para a autora da petição, este memorial “é mais do que uma simples pedra, será um local onde permanentemente teremos gente a chorar, a lembrar, a depor flores, a devassar a duna, um local protegido “.
Paralelamente está a correr um abaixo assinado entre os moradores e frequentadores da praia onde se pede igualmente a remoção do memorial.
Desde a semana passada, a obra de João Cutileiro ergue-se no areal do Meco, um pouco acima da zona destinada aos veraneantes, nas dunas. O memorial – composto por grandes blocos de pedra em forma de cruz, com os nomes das quatro raparigas e dois rapazes estudantes na Lusófona que morreram a 15 de Dezembro de 2013 – foi inaugurado no domingo numa cerimónia que reuniu os familiares das vítimas, o escultor e o presidente da câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora.
Perante as críticas, a Câmara de Sesimbra recusa polémicas. Fonte oficial da autarquia explica ao SOL que a pedido dos pais das vítimas deu apoio logístico à instalação da obra no areal, que foi ali colocado pelos serviços camarários. Mas garante que só o fez depois de ter tido “parecer prévio favorável das entidades que gerem a área do ponto de vista ambiental (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e Agência Portuguesa do Ambiente)”.
O SOL tentou contactar o ICNF mas, até agora, não obteve resposta