O banqueiro repetiu no Parlamento que não acredita que o governo possa ter estado à margem da solução adoptada para o BES. Apesar de assumir a sua cor política, garante que não pode alinhar na teoria de que o Banco de Portugal agiu sozinho na resolução do BES.
"Não é segredo que votei Passos Coelho e que possivelmente votarei outra vez. Mas não concordo que isto está ao lado do governo. Não posso concordar com isso. Tínhamos um programa de ajustamento económico e financeiro, com uma linha dedicada à recapitalização dos bancos."
"Não consigo partilhar e aceitar que foi tudo ao lado do governo e que foi o Banco de Portugal a fazer tudo", refere o banqueiro.
Fernando Ulrich deu a entender que não tem qualquer problema em criticar o Banco de Portugal, mas que no caso do BES a responsabilidade não poderá ser atribuída apenas ao regulador. "Fi-lo [críticas] ao longo de vários mandatos e com vários governadores, por isso estou à vontade. Mas não me revejo nisso. Daquilo que vi, ouvi, li e tudo somado… não preciso ir a pormenores, mas não aceito que passou tudo ao lado do governo. Tenho imensa pena, falo contra o meu interesse politico."
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