“O país que deixou cair os seus bancos” está a um passo de recuperar tudo o que perdeu na crise de 2008 e 2009 e até mesmo superar os níveis de vida anteriores ao colapso financeiro, conclui o Fundo Monetário Internacional (FMI) no seu último relatório sobre a economia islandesa, cita o jornal espanhol.
De acordo com o documento, a ilha nórdica baixou a sua taxa de desemprego para 4,1% em 2014, apesar de um aumento dos salários em 5,8% em termos reais. No ano anterior, o vencimento médio tinha já crescido 3,5%. Para este ano, o FMI prevê um crescimento do PIB de 3,5%.
O fundo aponta o crescimento dos sectores das pescas e do turismo com um dos principais factores para a recuperação islandesa.
Em relação ao ajustamento interno que Reiquejavique não deixou de efectuar, o FMI aplaude o facto dos islandeses terem conseguido sanear as finanças públicas sem sacrificar o modelo nórdico de Estado Social. A isto ajudou a política do banco central islandês, que desvalorizou a moeda – algo que Portugal ou a Grécia não podem fazer – sem impulsionar demasiado a inflação.
O FMI chama atenção contudo para o excessivo controlo de capitais em vigor na Islândia, e às fragilidades que subsistem ao nível da supervisão bancária.
Depois de ter visto a sua riqueza nacional cair 8% durante dois anos consecutivos, o Presidente islandês Olafur Ragnar Grimsson atribui a recuperação da Islândia ao facto do país ter feito orelhas moucas aos conselhos dos organismos internacionais, em particular da Comissão Europeia, cita o El País.
De resto, a Islândia acaba de retirar formalmente a sua candidatura à adesão ao bloco continental – mantendo contudo em aberto o diálogo para uma maior colaboração com os parceiros europeus. Esta decisão não é no entanto consensual, e têm-se repetido nos últimos dias manifestações de islandeses pró-europeus em Reiquejavique.