Microsoft dá apoio a startups portuguesas

A Microsoft Portugal lança hoje um programa dirigido às ‘startups’ tecnológicas portuguesas que tem como objectivo conseguir que sejam criadas 50.000 por ano até 2020, disse à Lusa o director-geral, João Couto.

"Nós queremos lançar um programa para estimular e acelerar o crescimento de 'startups', não só aumentar o número de 'startups' em Portugal, mas também aumentar a sua capacidade de ter sucesso a nível internacional", afirmou João Couto.

 

Uma 'startup' é uma empresa jovem e inovadora que pretende apostar num modelo de negócio com escala.

 

"Temos dois objectivos: tentarmos fazer das 35.000 'startups' que são hoje em dia criadas e passarmos para um universo de 50.000 [a nível nacional] criadas até 2020 por ano", disse o director-geral da subsidiária portuguesa.

 

Outro dos objectivos é "passarmos de uma taxa de insucesso de 'startups' que, normalmente, está de oito em cada dez para uma taxa de sucesso de cinco em cada dez e garantir que conseguimos criar mais 'startups' de um bilião [mil milhões], tal como agora foi recentemente anunciada a Farfetch", disse.

 

A Farfetch é uma empresa criada pelo português José Neves, que desenvolveu um 'site' que permite aos utilizadores comprar roupa e acessórios de luxo em várias lojas.

 

"No fundo, o que vamos fazer é tentar ajudar as 'startups' através dos melhores parceiros do mercado para que elas tenham mais sucesso e, portanto, que haja mais pessoas, mais empreendedores a lançar os seus negócios e que esses negócios tenham mais sucesso no panorama não só nacional, como internacional", acrescentou João Couto.

 

Este programa de estímulo às 'startups' integra-se dentro do programa Ativar Portugal, que foi lançado pela Microsoft em Maio do ano passado.

 

"O que vamos fazer é um programa que vai juntar as aceleradoras, as incubadoras, os 'venture capitalists' [capitais de risco], os mentores, vamos pôr todos à disposição das 'startups' e, portanto, vai haver um programa estruturado de apoio", não só para as acompanhar do ponto de vista do desenvolvimento dos seus planos de negócio, como em termos tecnológicos, "daquelas que estejam melhor preparadas a uma escala internacional", afirmou.

 

Além disso, visa também "ajudar as 'startups' a terem promoção a nível nacional e internacional", através de "programas de contacto com empresas" chamados de "'speed dating', onde vamos dar oportunidade de dar palco [às 'startups'] para demonstrarem as suas ideias às empresas nacionais, mas depois alavancar a rede internacional da Microsoft para que elas possam entrar nos programas de promoção e divulgação internacionais" da multinacional tecnológica, adiantou.

 

Questionado sobre o que é a Microsoft Portugal ganha com esta iniciativa, João Couto apontou: "Uma projecção de apoio às 'startups', que é importante".

 

Por outro lado, acrescentou, "um dos nossos objectivos é também apoiar o crescimento económico em cada um dos países, portanto, vamos estar a apoiar as 'startups' a terem sucesso e, obviamente, estas 'startups', ao estarem apoiadas em tecnologia Microsoft, se tiverem sucesso, também vamos ter sucesso. É uma relação 'win-win' [vencedora]", sublinhou João Couto.

 

A Microsoft Portugal vai apoiar as empresas jovens e inovadoras de cariz tecnológico, ou seja, vai estar focada nas 'startups' que têm necessidade de tecnologia e estão mais direccionadas para um objectivo global, permitindo alavancar o negócio para o palco internacional.

 

"Há um último ponto que acho que é relevante, vamos criar pela primeira vez aqui um espaço dentro do nosso escritório que se vai chamar BizSpark, é uma sala que vai estar dedicada às 'startups'" dentro da Microsoft Portugal, disse.

 

Ou seja, as 'startups' podem trabalhar com a Microsoft Portugal, utilizar o espaço como ponto de contacto com a equipa, aconselhamento a nível tecnológico, do modelo de negócio e promoção nacional e internacional.

 

As 'startups' apoiadas pelo Activar Portugal vão beneficiar gratuitamente de 'software', ferramentas e serviços 'cloud' [nuvem] da Microsoft, sendo que estes últimos podem ir até 56.000 euros, com o programa BizSpark, que desde 2008 já apoiou cerca de 700 empresas do género.

Lusa/SOL