A BBC confirmou há pouco que Jeremy Clarkson, apresentador do conhecido programa de automóveis Top Gear, vai mesmo sair do programa e da estação. A não renovação do contrato de Clarkson foi confirmada pelo director-geral da BBC, Tony Hall.
O gestor da estação britânica disse que a decisão” não foi tomada de ânimo leve” e reconhece que divide as opiniões. No entanto, Tony Hall lembra que “foi ultrapassada uma linha” e não pode “ignorar o que aconteceu”. Refere-se ao incidente que levou à suspensão de Jeremy Clarkson a 10 de Março, uma discussão violenta com Oisin Tymon, um dos produtores do Top Gear.
A discussão aconteceu num hotel de Yorkshire e ter-se-á devido à falta de ‘comida quente’ para os apresentadores durante as filmagens. A seguir ao confronto, que durou apenas 30 segundos, Oisin Tymon ficou a sangrar de um lábio e foi para o hospital.
O programa Top Gear deverá continuar a ser feito pelos outros dois apresentadores, James May e Richard Hammond. Mas Jeremy Clarkson pode agora ser disputado pelos canais de televisão rivais e vir a roubar telespectadores à BBC.
Talvez a pessoa que mais ajudou a tornar o Top Gear um programa de fama mundial, com milhões de telespectadores e versões internacionais em vários países, Clarkson é também conhecido pelos seus comentários mordazes, a roçar o bom gosto e por vezes até racistas. Um dos mais recentes foi em Maio do ano passado, quando usou a palavra ‘nigger’ (preto) durante as gravações do popular programa de automóveis. Na altura a BBC ter-lhe-á dito que seria despedido se voltasse a fazer um comentário racista “em qualquer lugar e em qualquer momento”.
Despedir Clarkson é pôr em risco um império que representa actualmente, segundo a própria BBC, 350 milhões de telespectadores em todo o mundo, três milhões de subscritores no YouTube e 1,7 milhões de revistas vendidas todos os meses, incluindo em Portugal.
A suspensão de Jeremy Clarkson motivou uma onda de protestos em todo o mundo, com milhões de fãs a garantirem que era muito pelo estilo do apresentador que assistiam ao Top Gear. No final da semana passada foi até entregue à BBC, de forma tetral, uma petição com um milhão de assinaturas a pedir o regresso de Clarkson. Um homem vestido de Stig, o piloto ‘anónimo’ que funciona como quarto elemento do programa, chegou aos escritórios da estação britânica montado em cima de um tanque militar, levando consigo a petição.
