Katharine Viner é a primeira mulher a dirigir o jornal fundado há 194 anos. Ocupou desde 2008 vários cargos como editora dentro da estrutura do jornal e dirigia actualmente a edição online Guardian US, criada especificamente para o público norte-americano.
O processo de escolha foi invulgar entre as organizações jornalísticas do mundo inteiro: o nome eleito pela redacção integraria o grupo de três candidatos que depois foram escrutinados pela administração. Numa votação aberta a toda as equipas editoriais das edições do Scott Trust (que inclui os jornalistas do Observer, com publicação ao domingo, da edição digital e do site norte-americano e australiano), Viner recolheu 53% de votos entre as 839 pessoas que votaram.
A primeira mulher em 194 anos de existência
O nome Katharine Viner seria anunciada pelo grupo para 12.º director do jornal criado em Manchester em 1821 e que é hoje uma organização internacional, com uma cobertura estimada em nove milhões de leitores, entre as suas edições em papel e digitais. Estima-se que o theguardian.com seja o terceiro site jornalístico mais visto do mundo.
Liz Forgan, presidente da administração, anunciou a escolha após uma reunião de 17 horas, explicando que todo o processo que levou à decisão «foi minucioso e transparente». E, também, «pela primeira vez internacional»: nas suas páginas, o jornal lançou inclusive uma ficha de candidatura ao cargo, sem reservas quanto ao país de origem do candidato. Foi «uma procura exaustiva – deixando nenhuma pedra por virar – pela melhor pessoa para liderar esta organização jornalista global e muito respeitada».
Allan Rusbridger, que assumiu o cargo em 1995, liderando o jornal na sua transformação para o digital, conseguiu que o Guardian recebesse o Pulitzer em 2014 – dividido com o Washington Post – pelo seu serviço público na revelação do programa Prisma de vigilância nos Estados Unidos, com as informações de Edward Snowden.
Sobre a sua sucessora, Rusbridger disse que ela trará «uma enorme experiência, instinto, imaginação e uma formidável energia» para o seu novo papel na liderança do Guardian.