As reservas de combustível representam cerca de um terço do peso na descolagem dos aviões de longo curso, por isso, reduzindo-o e abastecendo no ar pode significar uma grande poupança, segundo investigadores da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique (ZHAW), que participaram num estudo sobre a questão.
"Os resultados da investigação em que colaborámos indicam uma redução possível entre 11% e 23% para um voo típico de 6.000 milhas náuticas com uma carga de 250 passageiros", adiantaram.
Num comunicado divulgado hoje, a ZHAW considera que "estações de combustível 'voadoras' poderão revolucionar o transporte aéreo".
Já é possível reabastecer em pleno voo os aviões militares, mas agora, durante três anos, foi estudada a viabilidade do conceito para o tráfego aéreo civil.
O projecto designado RECREATE (Research for a Cruiser Enabled Air Transport Environment) juntou investigadores da ZHAW e de nove outras instituições de cinco países europeus.
De acordo com o estudo, os voos de passageiros poderiam descolar com menos combustível e serem reabastecidos quando atingissem uma altitude de 10.000 metros. Os investigadores disseram ter utilizado simuladores para determinar que o projecto é tecnicamente possível.
Os aviões de reabastecimento teriam combustível suficiente para abastecer entre três a cinco aviões de passageiros em determinados locais, como estações de serviço no ar.
O sistema também permitiria voos sem escalas entre destinos tão distantes como Zurique e Sydney.
O projecto RECREATE inclui uma segunda proposta, bastante mais radical: uma espécie de metro aéreo, constituído por aviões gigantes que dariam a volta ao mundo sem escala e aviões mais pequenos que tratariam do abastecimento, do desembarque dos passageiros e bagagens e da recolha e encaminhamento dos resíduos.
Lusa/SOL