As alcateias estão a atacar cada vez mais gado no Gerês e não apenas no pastoreio pelo monte, matando gado junto às casas das aldeias com mais habitantes, como sucedeu no início desta semana.
No domingo à noite, cerca de dezena e meia de ovelhas foram atacadas por uma alcateia de pelo menos três lobos em plena aldeia turística e de artesanato, em Covide, uma das mais povoadas do concelho de Terras de Bouro. O dono das ovelhas, Paulo Silva, não se conforma, acrescentando que os ataques já não são na serra, mas nas próprias aldeias.
O presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Joaquim Cracel, confirmou hoje ao SOL "serem cada vez mais os ataques e não só por fome, porque as alcateias matam e abandonam as ovelhas". "Os ataques não têm ocorrido apenas no nosso concelho, como em Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Montalegre", municípios situados igualmente na área protegida, do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Produtores de gado manifestaram-se já na semana passada, em Braga, na inauguração da feira AGRO, e a Câmara Municipal de Terras de Bouro tem reunido com pastores e criadores de gado. Os criadores estão revoltados, segundo apurou o SOL, porque “demora muito até os técnicos estatais confirmarem a razão da morte dos animais”. Por outro lado, em caso de ferimentos, são os pastores que têm de custear o tratamento nos veterinários. Os atrasos nos pagamentos são evidentes: apesar de a lei fixar um máximo de dois meses para a atribuição das indemnizações, os produtores estão agora a ser ressarcidos de ataques já confirmados em Agosto de 2014. “Mas mais de 80% dos prejuízos não nos são pagos", referiu um dos criadores, António Oliveira.