Axa Portugal justifica despedimento colectivo

A seguradora Axa Portugal disse hoje que o processo de despedimento colectivo, denunciado por um sindicato, “afectará cerca de 60 pessoas” e consiste numa “difícil decisão” justificada com o “declínio da rentabilidade” do sector.

"Como é do conhecimento comum, o contexto económico difícil em Portugal nos últimos anos provocou um claro declínio da rentabilidade do mercado segurador português. Não sendo alheia a este contexto, a Axa Portugal está a tomar um conjunto de medidas de gestão, ao nível da reestruturação da distribuição e da agilização do modelo organizativo (mais transversal e menos hierárquico) e de processos, que afectará cerca de 60 pessoas, equivalente a cerca de 10% do total dos colaboradores da empresa", diz a empresa em comunicado.

Antes, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Seguradora (STAE), Carlos Marques, havia revelado que a Axa Portugal estava a avançar para um despedimento colectivo de 67 pessoas devido ao "encerramento de balcões, supressão de postos de trabalho únicos e uma avaliação de desempenho negativa" de vários funcionários.

No comunicado, a companhia de seguros diz que "esta difícil decisão foi, hoje, transmitida directamente aos colaboradores e aos seus representantes legais" e haverá agora um "plano individual de apoio adequado a cada colaborador, avaliando todas as possibilidades, com o suporte de uma empresa de 'outplacement' [técnica de gestão de recursos humanos cujo objectivo é apoiar os trabalhadores dispensados rumo à sua recolocação profissional]".

"Em Portugal a Axa pretende manter e reforçar a sua presença, assumindo um compromisso absoluto, presente e futuro, com os seus clientes, mediadores e colaboradores", frisa também a empresa.

Para Carlos Marques, do sindicato dos trabalhadores desta área, esta é "uma situação muito rara nos seguros e com contornos muito inusitados", uma vez que, a acontecer o despedimento colectivo, será o primeiro no sector. 

"Houve já, ao longo dos anos, várias situações de ameaça de despedimento colectivo mas nunca se chegaram a concretizar, havendo sempre uma solução pacífica para ambos", adiantou.

Em tom de lamentação, o líder sindical disse que "não é admissível esta forma de actuar, sendo que, no sector, existe uma certa paz social".

Lusa/SOL