Em S. João da Madeira, são já 750 os alunos do 3.º, 4.º e 5.º anos a estudar a língua em três agrupamentos de escolas. O projecto da autarquia, em parceria com a Universidade de Aveiro arrancou há dois anos com 300 alunos do primeiro ciclo e foi em Setembro alargado ao 5.º ano.
Em Setembro próximo, a Câmara de Vila Nova de Gaia quer arrancar com o mandarim nas actividades extracurriculares dos alunos. “A ideia é oferecer o ensino da língua em mais de uma escola, mas a estratégia está ainda a ser pensada”, avançou ao SOL fonte oficial da autarquia, que decidiu fazer esta aposta depois de um dos membros do Comité Central do Partido Comunista Chinês, Liu Yunshan, ter visitado a região, em Junho passado.
O interesse empresarial na China e o investimento deste país em Portugal têm levado cada vez mais portugueses a querer dominar a língua. Na Escola Chinesa de Lisboa, há mais de 130 crianças e adultos portugueses. “Entre chineses e portugueses, temos neste momento mais de 600 alunos, quando há dois anos eram 400”, explica a directora Chen. Nas aulas, sentam-se empresários com negócios no Oriente, estudantes universitários e um número crescente de pessoas que se interessam pela cultura chinesa. “Até tenho uma vizinha portuguesa a aprender mandarim em casa, pela internet”, explica a directora.
Também responsáveis de empresas portuguesas que foram adquiridas por grupos chineses estão a recorrer a aulas privadas. “Já demos aulas de mandarim a trabalhadores do BESI e da Fidelidade, por exemplo” – explica Ricardo Demetrion, da Mandarim Fun, que ensina a língua e cultura chinesas em casas particulares ou escolas.
“Temos neste momento 80 alunos de todas as idades, um número que tem crescido desde que criámos a empresa há três anos”, acrescenta.
Outras escolas, como o Instituto de Medicina Tradicional (IMT), em Lisboa e no Porto, vão começar este ano o primeiro curso de mandarim, criado a pensar nos seus alunos de medicina chinesa. “Os alunos vão fazer estágios na China e desta forma irão melhor preparados e com conhecimento sobre a área da Saúde, que é muito específica”, explica Frederico Carvalho, director de formação do IMT.
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