Os resultados divulgados hoje na revista médica Science Translational Medicine sugerem que aquele medicamento, clorciclizina HCI (CCZ), que custa 50 cêntimos por comprimido, pode ser usado para tratar pessoas com hepatite C.
A hepatite C, uma infecção crónica, atinge entre 130 e 150 milhões de pessoas no mundo e entre 350 mil e 500 mil morrem por ano.
A doença pode permanecer muito tempo indetectável e causa uma inflamação do fígado que muitas vezes leva a complicações graves, como cirrose ou cancro.
Existem medicamentos altamente eficazes contra a hepatite C, mas o custo pode chegar aos 84 mil dólares por semana.
"Embora a hepatite C seja uma doença curável, há necessidade de medicamentos eficazes a um custo razoável", disse Jake Liang, do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais, o autor principal do estudo.
"O CCZ é um candidato promissor para tratar desta doença potencialmente fatal", disse Jake Liang.
A investigação permitiu descobrir que os CCZ bloqueia as fases inicias da infecção, provavelmente por neutralizar a capacidade do vírus de penetrar nas células do fígado enxertadas nos ratinhos utilizados na experiência.
O efeito do medicamento foi semelhante ao dos fármacos utilizados contra a hepatite C, mas sem os efeitos secundários tóxicos.
O próximo passo da experiência passa por testar o CCZ em seres humanos.
Jake Liang alertou as pessoas infectadas com o vírus da hepatite C para não tomarem CCZ, porque ainda está em fase de experimentação e ainda não foi totalmente provada a sua segurança e eficácia.
"O CCZ poderá um dia ser uma alternativa acessível a outros tratamentos mais caros, especialmente nos país pobres, onde a hepatite C esta a aumentar", sublinhou o responsável pelo estudo.
Lusa/SOL