“Não gosto muito dos Nirvana (…) A cena grunge não me diz muito. Mas ‘Territorial Pissings [do álbum ‘Nevermind’] é muito bom. E choro sempre que oiço ‘Dumb’ [de ‘In Utero’]. É uma percepção de Kurt de ele próprio – do consumo de drogas, de quando deixou de consumir, de se sentir inadequado para ser a voz de uma geração”, afirmou Frances, que é a produtora executiva do novo documentário da HBO, intitulado ‘Kurt Cobain: Montage of Heck’.
“Ele é maior que a própria vida e a nossa cultura está obcecada com músicos mortos. Adoramos colocá-los num pedestal. Se o Kurt fosse apenas mais um homem que abandonou a sua família de uma forma horrível… Mas ele não é. Ele inspirou muitas pessoas, que acabaram por pô-lo num pedestal, a fazer dele o São Kurt. Ele tornou-se ainda maior depois de morrer”, disse a filha do cantor, fazendo uma referência ao suicídio do vocalista dos Nirvana.
Mas a verdade é que Frances Bean Cobain é filha de um dos maiores ícones do século XX. E até os restantes membros dos Nirvana têm noção disso. “Dave [Grohl], Krist [Novoselic] e Pat [Smear] foram até minha casa. Era a primeira vez que estavam juntos desde há algum tempo e eles tinham o que eu chamo de ‘K.C.Jeebies’, que é o facto de verem o Kurt quando olham para mim. Eles olhavam para mim e parecia que estavam a ver um fantasma. (…) Dizem que eu faço as coisas exactamente da mesma forma que ele fazia”, disse a jovem de 22 anos à Rolling Stone.