O Festival IN é um evento anual de inovação e criatividade, que se realiza este ano entre 23 e 26 de Abril, na FIL, em Lisboa. Organizado pela Fundação AIP, conta com a parceria do SOL. Uma das novidades este ano é a iniciativa Start IN – um programa que irá ensinar os empreendedores a transformar ideias em negócios.
Em resposta conjunta por e-mail, os curadores de empreendedorismo do Festival IN, José Rui Soares e Ricardo Moita, consideram que “um empreendedor deve sempre mitigar o risco da sua ideia de negócio, independentemente de ser no sector das indústrias criativas ou noutro sector de actividade”.
Os dois responsáveis dão algumas 'dicas' para os passos iniciais: identificar a necessidade ou o problema que é suposto resolver, definir o segmento e a dimensão do mercado da proposta de valor, quantificar o modelo de receitas, definir com precisão as actividades e os recursos-chave necessários a criar o produto ou o serviço. “Uma ideia parte sempre de hipóteses e de pressupostos, ou seja, de uma problemática desconhecida que temos de procurar transformar em 'factos'“, explicam.
José Rui Soares e Ricardo Moita concordam apenas “em parte” que existe um divórcio entre as áreas criativas e a gestão de empresas. O distanciamento “é mais acentuado nas empresas com uma cultura de inovação baixa ou inexistente, onde as áreas mais criativas são consideradas um custo em vez de um investimento”.
Contudo, frisam que há empresas mais inovadoras, nomeadamente aquelas em que o design tem um papel preponderante, como o calçado ou a moda, em que o pilar da criatividade é inerente à organização.
Os curadores admitem que algumas áreas mais tradicionais, como o cinema e o teatro, parecem ainda “muitos dependentes de subsídios”. Mas, num sector cultural e criativo com um crescimento médio superior a 10% na última década, o paradigma “tem de ser outro”. “Não é o financiamento para as indústrias culturais e criativas que pode fazer a diferença, é antes uma cultura de inovação empresarial em que todas as indústrias têm de ser criativas”.
Os dois curadores entendem que o mentoring é a melhor opção para ajudar quem está a começar, porque este processo junta a experiência de quem já fez projectos e teve sucesso – o mentor – à dinâmica e irreverência de uma nova geração – os mentorados.
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