Como consequência da implementação da lei que obriga à comercialização de combustíveis não aditivados (simples), "a marca em Portugal optou por disponibilizar exclusivamente os seus produtos de elevada performance, a Gama Optima, garantindo assim os compromissos de qualidade com os seus clientes, complementando a oferta com os produtos simples, em cumprimento com a legislação em vigor", informou a empresa.
A Cepsa é a primeira marca a desvendar a estratégia comercial face à nova legislação.
Com base nos preços de referência de segunda-feira, 13 de Abril, os combustíveis simples nos postos da Cepsa custarão apenas menos três cêntimos por litro do que a gama mais cara, com o gasóleo – o produto mais comercializado – sem aditivos a custar 1,289 euros por litro, que compra com os 1,319 do gasóleo Optima.
Segundo os dados divulgados pela petrolífera, também a gasolina 95 tem uma diferença de três cêntimos: 1,539 euros por litro a simples e 1,569 euros por litro a aditivada.
Estes valores para os combustíveis simples são praticamente idênticos aos dos combustíveis normais, que na segunda-feira tinham um custo médio de 1,271 euros por litro, para o gasóleo, e 1,526 euros por litro, para a gasolina de 95 octanas.
Ao mesmo tempo que cumpre a nova lei, a Cepsa decidiu reposicionar os produtos 'premium', que passam a ser "mais competitivos e acessíveis para todos".
Mas esta estratégia não deverá ser adoptada por todas as marcas. Por exemplo, a Galp deverá manter os combustíveis ditos normais e substituir a gama 'permium' para passar a comercializar os simples.
Em fevereiro, o presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, adiantava que a petrolífera ia tirar a gama de produto próprios (GForce) para "por lá uma gama que o Governo impõe num mercado que está totalmente livre".
Os postos de abastecimento vão passar a vender combustíveis simples, ou seja, gasóleo e gasolina sem aditivos e por isso mais económicos a partir do final desta semana.
Contactadas pela Lusa, as petrolíferas a operar em Portugal escusam-se a explicar como é que vão por em prática a lei nº. 6/2015, publicada no dia 16 de Janeiro, e que obriga todos os postos de combustível do território continental a disponibilizar combustíveis simples, mas dizem que o diploma, aprovado por unanimidade, será cumprido.
Também a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), que representa petrolíferas como a Galp, a BP, a Repsol ou a Cepsa, se recusou a falar da legislação na semana anterior à sua entrada em vigor, recordando apenas o seu "desacordo".
Aquando da discussão da proposta legislativa, a Apetro alertou para o facto da redução de preços não ser a apregoada, dada a impossibilidade de as petrolíferas praticarem preços próximos dos postos das grandes superfícies, uma vez que são modelos de negócio diferentes, com níveis de serviço distintos.
Em Dezembro, quando o decreto-lei foi aprovado, o ministro da Energia, Moreira da Silva, defendeu que a nova legislação "reforça a liberdade de escolha dos consumidores e leva mais longe o objectivo de coesão territorial, permitindo aos consumidores distinguirem de forma clara entre a gasolina e o gasóleo rodoviários simples e a gasolina e o gasóleo rodoviários submetidos a processos de aditivação suplementar, possibilitando uma escolha consciente e informada sobre o que estão de facto a comprar.
Lusa/SOL