Numa conferência a partir de Washington sobre o 'World Economic Outlook', Olivier Blanchard admitiu que uma saída do euro por parte de Atenas teria custos "extremamente altos" e que seria "extremamente doloroso" para o país.
O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou que os restantes países da moeda única estão numa "posição melhor" para lidar com uma eventual saída da Grécia do euro, mas que essa situação "não será fácil" para a zona euro.
"Queremos muito alcançar um acordo e espero que lá cheguemos", afirmou Olivier Blanchard, quando confrontado com notícias da imprensa grega, que dão conta de que o director europeu do FMI, Paul Thomsen, não acredita que será possível chegar a um acordo com Atenas nos próximos dias e, assim, o prazo dado pelos credores não será cumprido.
Olivier Blanchard falava na conferência de imprensa de apresentação do 'World Economic Outlook', no qual surgem as perspectivas macroeconómicas que a instituição liderada por Christine Lagarde apresenta para as diferentes economias mundiais.
O FMI estima que a zona euro cresça 1,5% este ano e 1,6% no próximo e, entre os países da moeda única, prevê que a economia grega cresça 2,5% este ano (depois de ter crescido 0,8% em 2014) e acelere para um crescimento de 3,2% em 2016.
Apesar de os riscos de uma recessão na zona euro terem diminuído (face ao ano anterior) "os riscos financeiros e geopolíticos aumentaram", afirmou Olivier Blanchard.
Entre esses riscos, "não pode ser excluída uma crise grega, um evento que poderia perturbar os mercados financeiros".
Lusa/SOL