Visto inicialmente em Washington como um desafio à ordem financeira internacional e uma espécie de concorrente do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, o AIIB será formalmente estabelecido ainda este ano com um capital de 50.000 milhões de dólares e sede em Pequim.
Seis outros países que aderiram ao projecto nos últimos dias, antes de terminar o prazo (31 de Março), foram também aprovados como membros fundadores da instituição: África do Sul, Azerbaijão, Islândia, Israel, Polónia e Suécia.
A constituição de um banco para financiar a construção de infra-estruturas na Asia-Pacifico foi anunciada em Outubro passado em Pequim, num proposta subscrita por 21 países da região, entre os quais a China, Índia, Indonésia, Paquistão, Qatar e Singapura.
Em meados de Março, o Reino Unido anunciou a sua adesão ao AIIB e, a seguir, Alemanha, França, Itália, Espanha, Suíça e Noruega e outros países europeus fizeram o mesmo.
No conjunto, metade dos 28 membros da União Europeia fazem parte do novo banco.
Austrália, Brasil, Egipto, Nova Zelândia e Rússia também aderiram.
Das grandes economias mundiais, apenas os Estados Unidos e o Japão estão ausentes, o que é considerado um sucesso diplomático da China.
Há cerca de três semanas num debate com empresários, economistas e académicos de vários países, na ilha de Hainan, sul da China, o professor britânico Martin Jacques disse que "Os Estados Unidos estavam a "ficar cada vez mais isolados" e "deviam rever a sua postura sobre esta questão (o AIIB)".
O secretário norte-americano do Tesouro, Jacob Lew, deslocou-se a Pequim e, no final da visita, indicou que Washington mudara a sua posição: "Fiquei encorajado com as conversações que tive em Pequim, nas quais os líderes da China esclarecem que eles desejam satisfazer elevados padrões e acolhem parcerias".
No regresso a Washington, Lew afirmou que "os Estados Unidos estão prontos a saudar novos contributos para o desenvolvimento da arquitectura internacional, incluindo o Asian Infrastruture Investment Bank, desde que essas instituições completem as instituições financeiras internacionais existentes e partilhem o forte empenhamento da comunidade internacional num genuíno processo de decisão multilateral e melhorem os padrões e garantias dos empréstimos".
Estatísticas citadas na imprensa chinesa indicam que nesta década, a Ásia-Pacífico precisará de investir 8.000.000.000.000 de dólares (8 biliões) para melhorar as suas infra-estruturas.
O AIIB "é uma iniciativa aberta à participação de todos os países" e irá "promover a complementaridade e coordenação com outras instituições financeiras multinacionais como o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB) e o Banco Mundial", disse o Presidente chinês, Xi Jinping.
Entre os primeiros 21 proponentes do AIIB figuram ainda o Bangladesh, Birmânia, Brunei, Cambodja, Cazaquistão, Filipinas, Kuwait, Laos, Malásia, Mongólia, Nepal, Omã, Sri Lanka, Tailândia e Vietname.
Lusa/SOL