Segundo o presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), a “falta de confiança” dos agentes económicos quanto às perspectivas de procura e de rentabilidade dos investimentos é ainda um constrangimento, tal como as dificuldades de financiamento de projectos.
José Eduardo Carvalho entende que as políticas públicas têm um papel a desempenhar na eliminação de algumas destas barreiras. O dirigente da AIP propõe medidas que incentivem a inovação e a melhoria dos processos organizacionais, iniciativas que facilitem a recapitalização, reestruturação e redimensionamento das empresas, e acções que melhorem o acesso ao financiamento dos projectos.
“Há também que olhar seriamente para toda a envolvente ligada à criação de boas condições de atractividade do investimento de origem nacional ou estrangeira, como sejam os aspectos ligados à fiscalidade – nomeadamente no que respeita à sua previsibilidade”, diz.
Miguel Frasquilho, por sua vez, destaca que o feedback dos investidores tem sido “muito positivo” e que “todos reconhecem e elogiam o enorme esforço que fizemos”. Contudo, admite que há trabalho a fazer em áreas como a justiça, o licenciamento, o endividamento e a carga fiscal – ainda num patamar elevado. “É necessário manter o espírito reformista de modo a corrigir os pontos em que Portugal ainda compara menos bem”.
O plano estratégico da AICEP prevê o reforço da retenção e captação de investimento. Está a ser ultimada a criação de uma rede de especialistas na captação de investimento estrangeiro e foi iniciado recentemente um roadshow de investimento em 23 mercados de três continentes.
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