Segundo o Índice Global da Escravatura, os países que lideram este ranking são a Índia, a China, o Paquistão, o Usbequistão e a Rússia, seguidos bem de perto por um país africano (a República Democrática do Congo) e por outros asiáticos, como a Indonésia, a Tailândia e o Bangladesh. As formas de trabalho forçado são diferentes das ‘clássicas’, alerta a OIT: verificam-se nos sectores agrícola e industrial, e, por outro lado, há um número preocupante de tráfico de pessoas e de exploração sexual.
A OIT avança um número de pessoas escravizadas no mundo, 21 milhões, das quais 11,4 são mulheres e meninas e 9,5 homens e rapazes menores. Mas outras organizações, como a ONG Walk Free Foundation, avançam números maiores: há 35, 8 milhões de escravos no mundo. Qualquer delas, porém, salienta que estes números correspondem a registos de casos efectivamente conhecidos de um fenómeno que é clandestino, subterrâneo e silencioso. Por isso, podem ser muitos mais.
A OIT estima, da estatística que aponta, que 19 milhões dessas pessoas são vítimas de exploração por parte de empresas ou de particulares. As tarefas desempenhadas, neste caso, são muito diversas: da servidão doméstica em que o trabalhador está impedido de sair da casa em que trabalha – e onde é submetido a maus-tratos físicos – aos operários explorados em fábricas ou na extracção de minerais. Os restantes dois milhões são explorados por estados totalitários ou por grupos armados rebeldes.
A escravatura rende aos ‘empregadores’ 140 mil milhões de euros por ano. Mais de 90 mil milhões provêm da exploração sexual, acrescenta a OIT. A construção, a indústria e a extracção de matérias-primas chegam a traduzir-se em cerca de 30 mil milhões de euros/ano. A fatia restante distribui-se entre a agricultura, a pesca e o trabalho doméstico forçado.