SMS de incentivo fazem bem às crianças

Um estudo da Universidade do Minho (UMinho) concluiu que SMS de incentivo são um meio eficaz para provocar comportamentos mais saudáveis em crianças, levando-as a consumir mais frutas e legumes e a passar menos tempo frente ao ecrã.

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a UMinho esclarece que a investigação coordenado pelo investigador Paulo Machado, da Escola de Psicologia da UMinho, em colaboração com a Universidade de Heidlberg, na Alemanha, pediu a cerca de 50 crianças do ensino básico que enviassem SMS diárias contando o número de passos dados em cada dia, o tempo que passaram frente ao ecrã e as frutas e legumes ingeridos. Em troca, recebiam mensagens de parabéns ou de incentivo a conseguirem melhores resultados.

Os resultados apontam para um "melhoria significativa" nos hábitos daquelas crianças, ao fim de oito semanas, sendo que 61% dos envolvidos aderiu ao programa ao encará-lo como um jogo.

"O consumo de frutas e vegetais subiu em média para três porções e o tempo de ecrã diminuiu para cerca de uma hora", esclarece Paulo Machado.

Com este método, que recorre a uma "ferramenta amplamente utilizada pelas crianças de hoje", esclarece o comunicado da UMinho, "pretende-se levar os participantes a ingerir diariamente cinco doses de frutas e legumes, andar pelo menos 10 mil passos (contabilizados por um pedómetro emprestado para o efeito) e reduzir para menos de 60 minutos o tempo passado frente ao ecrã (videojogos, televisão, entre outros)".

O "segredo" da mudança de atitudes daquelas crianças, que "em apenas dois meses começaram a consumir mais fruta e legumes e a passar menos tempo frente ao ecrã" está, adianta a UMinho, "na monitorização de comportamentos feita através do envio diário de SMS de alerta".

O próximo passo, adianta o comunicado, é alargar a amostra para 150 crianças de quatro escolas do país com o "objectivo de consolidar os resultados obtidos numa primeira fase". 

Depois o caminho será avaliar a eficácia do método em crianças com excesso de peso e obesidade.

"O problema atinge mundialmente mais de 200 milhões de crianças em idade escolar", alerta a UMInho.

Lusa/SOL