O Paulo Matos não hesitou. Matriculou-se de imediato na Escola Agrária de Viseu e começou a tirar um curso com especialização em viticultura e enologia. De início, começou a trabalhar com um finlandês, mas quando aceitou um emprego em Angola viria a arranjar dois sócios que aí também trabalham.
A primeira colheita veio para a rua em 2012 e apresentou um rosé, um branco e um tinto. Sem instalações para a vinificação, Paulo acaba por conhecer Nuno Cancela de Abreu, que cede as suas e passa também a ser o enólogo da casa.
Toda esta história despertou em mim uma natural curiosidade em saber como é que um 'jornaleiro' se estava a sair na pele de produtor. E fomos à prova. Começámos com o VALEDIVINO Rosé 2012 que apresenta aroma a frutos vermelhos, muito frutado e com um toque de doçura, terminando com um longo final de boca. Expectante, entrei no segundo vinho, um VALEDIVINO branco de 2012, denotando um grande nariz a fruta branca, bom ataque na boca e notas de ameixa, cítricos e ananás. É um vinho gastronómico, não há dúvida. A curiosidade em passar para o branco da colheita de 2013 cresceu. Revelou-se com maior acidez, mostrou as mesmas notas florais e fruta branca e manteve o posto de vinho muito gastronómico. Provei, finalmente, o VALEDIVINO tinto 2012. Quiseram fazer um vinho jovem para consumo imediato e mostra-se muito equilibrado. No entanto, o produtor defende que foi uma primeira experiência e que procura ainda o melhor perfil.
Contas feitas, os VALEDIVINO mostraram as suas raízes do Dão e casaram agradavelmente com uma refeição difícil de contentar. Muito gastronómicos, os brancos são, para mim, a mais-valia deste novo produtor, que mostrou que a sua competência não se esgota nos jornais.
VALEDIVINO Branco
Anos: 2012 e 2013
Região: Dão
Castas: Encruzado, Malvasia Fina,
Cerceal-Branco e Bical
VALEDIVINO Rosé
Ano: 2012
Região: Dão
Castas: Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz
VALEDIVINO Tinto
Ano: 2012
Região: Dão
Castas: Touriga
Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen