Consumidores poupam três cêntimos com venda de combustível simples

O ministro da Energia afirmou hoje que os primeiros dados sobre a venda de combustíveis simples permitiram uma poupança de três cêntimos e afirmou esperar que seja possível “ir mais longe nos benefícios para os consumidores”.

Pelos dados da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis, que só permitem "avaliações muito preliminares", há "descidas em média de três cêntimos no combustível simples em relação ao combustível tradicional", disse Jorge Moreira da Silva, no dia em que os postos começaram a vender combustíveis simples.

O ministro espera que nos próximos dias, depois das empresas avaliarem as estratégias dos concorrentes, "se possa ir mais longe nos benefícios para os consumidores".

Porém, os valores registados hoje, contabilizou o ministro, já permitem uma poupança de 1,8 euros no caso de um automóvel com um tanque de 60 litros, "uma descida relevante".

"Estamos numa fase inicial da entrada em vigor da lei, mas a avaliação que fazemos até ao momento é obviamente positiva, mas esperamos que se possa ir mais longe nas melhorias que esperamos alcançar com esta reforma", afirmou.

O responsável sublinhou que a partir de hoje "em todo o país e para todos os consumidores há oferta de combustível simples, quando até ontem [quinta-feira]" apenas 30% dos consumidores tinham acesso ao produto.

Moreira da Silva considerou ser um "bom sinal" haver estratégias comerciais muito diferentes por parte das empresas, exemplificando que umas decidiram substituir o combustível 'premium' (mais caro e com aditivos) e outras o normal.

"É um bom sinal e significa que a concorrência e o mercado estão a funcionar e que não existiu concertação por parte das empresas, de modo a limitar a oferta e a liberdade de escolha", notou.

O ministro criticou "outro papão que se tem procurado fomentar", que é a distinção de qualidade entre os combustíveis.

"A qualidade dos combustíveis simples preenche normas exigentes e são combustíveis com qualidade", resumiu o ministro.

Segundo o governante, "é importante tirar partido da concorrência, da liberdade de escolha".

De acordo com uma ronda feita pela agência Lusa por postos das quatro petrolíferas em Lisboa – Galp, BP, Repsol e Cepsa -, a variação dos combustíveis simples face ao preço do gasóleo e da gasolina 95, praticado na quinta-feira nesses mesmos postos, era de apenas dois cêntimos por litro.

Assim, o preço médio do litro de gasóleo simples rondava os 1,26 euros e o de gasolina simples 1,52 euros nos postos das quatro marcas, cerca de oito cêntimos acima do preço dos 'low cost' (baixo custo), isto é, das grandes superfícies.

Em teoria, os combustíveis simples são mais económicos do que os normalmente comercializados nos postos de abastecimento, por não terem aditivos, mas já era expectável que a diferença de preços fosse reduzida.

A lei dos combustíveis simples não coloca quaisquer restrições à comercialização de combustíveis aditivados, contudo, e como forma de salvaguardar o direito de informação aos consumidores, os postos estão obrigados a indicar o tipo de aditivos incorporados nos combustíveis.

As quatro marcas garantem que os descontos e promoções actualmente existentes vão incidir nos combustíveis simples.

Lusa/SOL