Nesta altura do ano, as 135 explorações regionais de flores, nos seus 45 hectares, apenas dão resposta a 70 a 80% das necessidades. O resto das flores vem de fora da Região desafiando os slogans turísticos “ilha das flores”, “jardim flutuante” ou o refrão do bailinho “a Madeira é um jardim”.
O custo do recurso ao exterior tem diminuído: passou, por exemplo, de 765 mil euros em 2011 para 614 mil em 2012. Ainda assim, o sector regional da produção de flores já consegue dar emprego a 153 trabalhadores e gerar um rendimento médio anual de seis milhões de euros.
As explorações são ao ar livre e em estufa. Orquídeas, antúrios, próteas, rosas e gerberas são as espécies mais cultivadas. O mercado grossista regional absorve 52% da produção. Segundo dados divulgados esta semana pela Direcção Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, em 2014, a produção geral foi de 13 milhões de flores e hastes.
Fim de navio faz diminuir exportações
O mercado ‘interno’ tem absorvido a maior fatia da produção. A exportação baixou para 70.448 unidades em 2014, quando em 2010 tinham sido de 212.169 unidades.
A fragilidade do produto associada ao facto de um avião cargueiro ter deixado de operar para a Madeira justificam a descida das exportações de flores da Madeira.
A mexida no IVA (de 5% para 22%, em 2012, e depois novamente para 5%, em 2013) também contribuiu para a instabilidade no sector.
Recorde-se que a Madeira investiu 315 mil euros na edição de 2015 da ‘Festa da Flor’. A ocupação hoteleira ronda os 94% e representa um encaixe financeiro a rondar os 13 milhões de euros na hotelaria regional.
Estarão directamente envolvidos nos eventos da Festa mais de 3 mil pessoas, estimando-se que, só por conta dela, a ilha da Madeira receba entre 25 a 30 mil turistas.
Há hotéis em overbooking. O Sindicato de Hotelaria da Madeira convocou uma greve para 18 de 19 de Abril face ao impasse negocial com o patronato na revisão do Contrato Colectivo de Trabalho para o sector.