Jorge Borges, da Mean Sardine, explica: “Uma cerveja artesanal leva puro malte e é carboratada naturalmente, tal como também é natural a sua fermentação. Já uma cerveja industrial é filtrada e diluída em água. Imaginemos as diferenças entre um refrigerante e um sumo natural. É exactamente o mesmo que separa uma cerveja artesanal e uma cerveja industrial”.
Bruno Aquino vai ainda mais longe. “Quando falamos de artesanal, falamos também da proximidade do produtor ao produto, ou seja, é efectivamente o cervejeiro que introduz o malte, o lúpulo… É ele quem está a controlar a levedura e todo o processo de fermentação. Existe também uma ligação à comunidade e tenta-se aproveitar alguns ingredientes locais. Tanto que até o desenvolvimento da marca é feita a partir do seu local de origem. Depois há toda uma minimização de processos industriais – clarificação, filtração, pasteurização – que não acontecem ao nível artesanal. Não se trata de passar uma imagem negativa da cerveja industrial, vamos continuar a bebê-las e há um mercado para ela. A questão é que é feita por máquinas e a artesanal é feita por mãos – leva mais tempo e é mais cara. E é esta percepção que é preciso transmitir aos clientes. Se é uma moda? É. Mas vai durar mais 40 ou 50 anos”, garante o autor do site Cervejas do Mundo.
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