Quedas vertiginosas

Todos caímos. A queda é uma condição intrínseca da existência. E cair magoa. É esta a premissa de Fall. Mas a queda é polissémica, encerra em si inúmeros sentidos. Mas magoa sempre. Este mais recente trabalho do coreógrafo Victor Hugo Pontes é uma súmula desses sentidos. A queda física, a queda metafísica, o Outono (fall,…

Depois da estreia no Porto, esta peça chega a Lisboa (de 27 a 30), ao Teatro Maria Matos, no âmbito da celebração do Dia Internacional da Dança. Mas não vem sozinha. Nestas datas será apresentada outra criação de Victor Hugo Pontes: Cair. Esta peça, dirigida ao público infantil, aborda a aprendizagem das crianças até que se consigam erguer e andar e, claro, todas as quedas associadas a este processo.

Fã da abstracção, Victor Hugo Pontes foge da narrativa linear, partindo, quase sempre, de um impulso, de um movimento. No caso de Fall e de Cair, do movimento da queda, uma forma de ilustrar o “sentimento de perda que estava a viver” na sua própria vida. O resultado são peças de uma fisicalidade intensa, por vezes perturbadora.

Ainda no âmbito do Dia Internacional da Dança, é de destacar a reposição do clássico Giselle, pela Companhia Nacional de Bailado. Um espectáculo que se manterá em cena no Teatro Camões até 10 de Maio. Já a Associação Cultural Materiais Diversos apresenta o ciclo Materiais da Dança, em Alcanena, Torres Novas e Cartaxo. Estas sessões levarão às escolas os coreógrafos Filipa Francisco, Miguel Pereira e Vera Mantero com o objectivo de discutir o tema 'De que é feita a dança?'. No mesmo dia, a peça Satélites, de Sofia Dias e Vítor Roriz, sobe ao palco do Cine-Teatro Louletano, em Loulé. A norte, o Teatro Nacional São João, no Porto, apresenta duas obras de Olga Roriz: A Sagração da Primavera (24 e 25) e Terra (29 e 30).

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