Era conhecido pelo ser ‘o patrão mais secreto de França’, sendo criticado pela reduzida presença pública e pouca comunicação. No entanto, liderou a Michelin ao longo de metade do século XX, comprando pelo caminho os ‘rivais’ americanos da B.F. Goodrich em 1988 e da Uniroyal em 1990. A multinacional francesa é uma das maiores fabricantes de pneus do mundo, apenas atrás da Bridgestone.
François Michelin entrou na empresa de Clermont-Ferrand em 1951, com um nome falso, e trabalhou quatro anos em várias funções, começando como simples operário. Em 1955 passou a dirigir a Michelin a par de Robert Puiseux, genro do seu avô Édouard, e assumiu sozinho a liderança a partir de 1959.
Na viragem do século, em 1999, o empresário então com 73 anos passou os destinos da Michelin ao seu filho Édouard, que morreu em 2006 num acidente de barco. Católico fervoroso, após deixar a empresa François afastou-se ainda mais do espaço público.
Em comunicado, o grupo Michelin lembrou o perfil visionário e humanitário do patriarca, que “representava os valores de respeito que estão na base da identidade do grupo”. O actual CEO, Jean-Dominique Senard, destacou que François Michelin era “tinha uma paixão pela inovação e uma grande preocupação com a qualidade”.