"Estamos devastados pela perda de uma das nossas mais amadas autoras", declarou a Penguin Random House num comunicado, precisando que Ruth Rendell morreu às 08:00 em Londres (a mesma hora em Lisboa).
Apresentada frequentemente como uma das grandes damas do romance policial e uma digna herdeira de Agatha Christie, Ruth Rendell, nascida em Londres em 1930, escreveu mais de 60 livros e está traduzida em mais de 20 idiomas.
Os amantes do género consideram que renovou o estilo, tal como P.D. James, outra autora de policiais britânica, que faleceu em Novembro de 2014, aos 94 anos.
Após uma breve incursão no jornalismo, de onde saiu por ser acusada de "inventar histórias", Ruth Rendell publicou o seu primeiro romance com a personagem do inspetor Reginald Wexford em 1964, intitulando-o "From Doon with Death" e dando início a uma série de mais de mais de 20 volumes nos quais abordou problemas socias como a violência doméstica, o racismo ou a pobreza.
A par desta série, que teve adaptação televisiva, Ruth Rendell escreveu 'thrillers' psicológicos, mais centrados nas questões que conduziram aos crimes do que na investigação, sob o pseudónimo de Barbara Vine, tendo vendido centenas de milhares de exemplares um pouco por todo o mundo.
Membro da Câmara dos Lordes, Rendell, alinhada politicamente à esquerda, escrevia os seus romances de manhã e, à tarde, sentava-se na câmara alta do Parlamento britânico, dedicando-se a analisar projectos-lei e a debater as políticas governamentais.
Entre as diversas obras da sua autoria transpostas para o pequeno ou o grande ecrã desde 1976 contam-se "A Cerimónia" (1995), "Em Carne Viva" (1997), "Não há Noite Longa Demais" (2002) ou "A Dama de Honor" (2004).
Desde meados dos anos 70, a escritora ganhou mais de 20 galardões pelo seu trabalho literário.
Em português, estão disponíveis dezenas de títulos da autora, com as mais variadas chancelas, caso de "O Jogo da Navalha" (Europa-América, 1987), "Perdidos no Bosque" (Asa, 2008), "O Beijo da Serpente" (Edições 70, 2004), "Um Bando de Corvos" (Relógio d'Água, 2009).