Morreu Maya Plisetskaya, diva do ballet clássico do século XX

A bailarina e coreógrafa russa Maya Plisetskaya, considerada uma das referências da dança do século XX, morreu hoje em Munique, aos 89 anos, em consequência de um ataque cardíaco, revelou o director do Teatro Bolshoi.

Morreu Maya Plisetskaya, diva do ballet clássico do século XX

Maya Plisetskaya nasceu em Moscovo em 1925 no seio de uma família com ligações às artes, em particular à dança, que começou a praticar aos três anos. Aos nove anos ingressou no Bolshoi Ballet School e aos 18 anos foi eleita primeira bailarina daquele teatro.

 

Considerada a criadora de algumas das inovações coreográficas e interpretativas mais importantes das últimas décadas, Maya Plisetskaya dançou durante meio século, sendo "A morte do cisne", "Bela Adormecida" e uma versão moderna para "Bolero", de Ravel, algumas das interpretações mais memoráveis.

 

Yury Grigorovich, Roland Petit e Alberto Alonso foram alguns dos coreógrafos que criaram coreografias para Maya Plisetskaya. No dia do 70º. aniversário, em 1995, a bailarina estreou a coreografia "Ave Maya", que Maurice Béjart criou para ela.

 

Oriunda de uma família judia, o pai foi morto pelo regime de Estaline em 1938 e a mãe foi enviada para trabalhos forçados no Cazaquistão, acusada de traição à União Soviética.

 

Nos anos 1990, Maya Plisetskaya obteve nacionalidade espanhola depois de ter dirigido o Ballet Clássico Nacional de Espanha. Em 2005 foi distinguida com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes de Espanha.

 

O júri deste prémio sublinhava a importância do trabalho de Maya Plisetskaya: "Transformou a dança numa forma de poesia em movimento".

 

Antes, a bailarina tinha sido directora artística do Ballet Ópera de Roma. Em 1994 fundou o Ballet Imperial Russo.

 

Maya Plisetskaya vivia na Alemanha desde a década de 1990 e era casada com o compositor Rodion Shchedrin.

Lusa/SOL