Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, o Centro de Engenharia Biológica (CEB) da academia minhota explica que a Loque Americana (AFB) é uma das "mais graves" doenças bacterianas que afectam abelhas em Portugal mas principalmente na Europa e na América do Norte.
Segundo o texto, o objectivo da investigação em curso é "desenvolver uma estratégia terapêutica para utilização em apicultura que constitua uma alternativa à administração de antibióticos nas abelhas".
Isto porque, explica o CEB, "com a actual restrição à presença de resíduos de antibióticos no mel, impostas pela legislação da União Europeia, há uma dificuldade acrescida no combate terapêutico à AFB, impondo-se um desenvolvimento urgente de métodos antimicrobianos alternativos".
A AFB começa por "afectar as abelhas jovens, as larvas, e rapidamente se espalha por toda a colónia de abelhas" e, alerta o texto, "se não for tratada, pode resultar na morte de toda a população da colmeia num curto espaço de tempo".
Os investigadores, refere o CEB, "já confirmaram que a enzima desenvolvida tem capacidade para destruir a bactéria responsável pela Loque Americana nas concentrações que ocorrem no campo quando a doença se verifica, e que não é tóxica para as larvas".
O produto em desenvolvimento deve, assim, ser aplicado oralmente às abelhas adultas para que o possam fornecer posteriormente às larvas e/ou por pulverização directa às larvas que se encontram nos favos.
"Com isto, pretende-se que quando a bactéria em causa emergir dos esporos que a protegem no intestino das larvas, a enzima que anteriormente foi ingerida impeça a sua proliferação e consequente morte lavar", explana Ana Oliveira, investigadora do CEB.
A próxima fase será a de "ensaios in vivo em larvas de abelha criadas em laboratório e posteriormente em colmeias naturalmente infectadas".
O CEB da Universidade do Minho, em actividade desde 1995, é um centro de investigação que opera nas principais áreas da Biotecnologia e Bioengenharia apresentando como "principal objectivo" a integração entre a engenharia e as ciências da vida, de forma a potenciar o desenvolvimento de bioprocessos industriais inovadores.
Lusa/SOL