"O que me interessa é maximizar o preço. Concorrência no sector bancário sempre houve", afirmou o responsável durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre do BCP.
Questionado sobre o interesse que a instituição que resultou da intervenção do Banco de Portugal no antigo Banco Espírito Santo (BES) tem despertado junto de investidores chineses, Nuno Amado foi directo.
"Sendo chinês, óptimo. Temos colegas chineses nos conselhos de administração da EDP e da REN. Se tivermos concorrentes chineses na banca, tanto melhor, desde que sejam os que pagam mais", sublinhou.
O BCP é um dos bancos participantes no Fundo de Resolução, o accionista único do Novo Banco, pelo que quanto maior for o encaixe obtido com a venda do último, melhor será para a entidade liderada por Nuno Amado.
Já sobre o valor que poderá ser oferecido para a compra do Novo Banco pelas cinco instituições que foram escolhidas para apresentar uma oferta vinculativa de compra, o gestor jogou à defesa.
"Falaremos disso em Julho. Esperamos que seja muito pequena [a diferença para o montante injectado na instituição]. Se fosse zero, seria óptimo, mas se for um valor reduzido, tudo bem. O fundamental é que seja um processo transparente e que o valor seja razoável", sublinhou.
Quanto ao tema do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) que foi vendido aos balcões do BES, Nuno Amado escusou-se a dar uma opinião.
"Eu não conheço com profundidade o tema. É claro, na nossa perspectiva, que no dia em que foi decidida a resolução do BES, houve uma alteração clara da relação de todos nós com o BES", afirmou.
Segundo Nuno Amado, a própria gestão do BCP nunca esperou ter que vir a fazer parte de uma solução para resolver o colapso do BES, no verão de 2014.
"Até essa data, não nos passava pela cabeça que íamos estar a falar disto. É um concorrente que concorreu connosco e também não esperávamos. É a vida", rematou.
Lusa/SOL