“Não governam nem deixam de governar”, queixou-se a líder regional do PSOE referindo-se à união entre os quatro partidos da oposição no chumbo ao Executivo. Díaz, que terminou o último mandato na liderança da Junta da Analuzia depois da demissão de José António Griñán em Setembro de 2013, tentou convencer as duas forças emergentes da política espanhola – Podemos e Ciudadanos – mas encontrou a mesma intransigência que marca a posição dos rivais do PP e dos antigos aliados da Esquerda Unida (IU).
Segundo o El País, as negociações com o Podemos esbarraram nas exigências da formação de Pablo Iglesias em torno da redução do número de altos cargos apontados pelo Executivo para as empresas públicas – cujos números o PSOE, partido que governa a região desde a autonomia conquistada em 1982, recusa revelar.
O Podemos exige também que o Governo regional corte relações com os bancos que continuam a desalojar pessoas que não têm capacidade para pagar os seus empréstimos, algo que Díaz já refutou lembrando que tal seria “ilegal”.
A melhor hipótese para enfrentar um cenário de crise política – caso não seja aprovado um Governo no prazo de dois meses após a votação a ida às urnas terá de ser repetida – seria o apoio a Díaz por parte dos Ciudadanos, um movimento popular iniciado na Catalunha que continua em ascensão em todo o país.
Juan Marín, o cabeça de lista do Ciudadanos na Andaluzia, abriu a porta a uma aliança baseada em “pactos pontuais” com o PSOE andaluz. Mas depois das críticas do líder nacional do movimento, Albert Rivera, Marín revelou que o seu apoio está dependente da saída imediata de José Antonio Griñán e Manuel Chaves – os dois homens que governaram a região nas últimas décadas e que apesar de enfrentarem acusações de corrupção em tribunais mantêm os cargos de deputado e senador, respectivamente.
Os dois prometem voltar a votar contra a tomada de posse na sexta-feira, tal como os dois outros partidos representados no parlamento andaluz. O líder do PP local, Juan Manuel Moreno, lembra que as eleições foram antecipadas por “interesses partidários” de Díaz, uma líder que considera “prepotente” e que acusa de ter provocado “a instabilidade actual”. Já Antonio Maíllo, da Esquerda Unida que passou a última legislatura na coligação de governo liderada pelo PSOE, garante chumbos consecutivos ao Executivo proposto por PSOE, lembrando que o Governo anterior caiu por vontade exclusiva de Díaz: “Quem não a conheça que a compre”, disse Maíllo.
O Governo terá de ser aprovado até dia 22, dois meses depois da primeira votação. Caso contrário os andaluzes poderão ter de voltar às urnas.