100 anos de Orson Welles

Se fosse vivo, Orson Welles completaria 100 anos de vida na passada quarta-feira. 

Apesar de ter começado no teatro, Welles deu nas vistas com uma emissão radiofónica inspirada na ‘Guerra dos Mundos’, de H.G.Wells, em 1938. Durante uma hora, o povo norte-americano ‘ouviu’ a chegada de extraterrestres a Nova Jérsia e a destruição de vários bairros. Tratava-se apenas de uma brincadeira de Halloween, mas muitas pessoas entraram em pânico ao saberem que estaria a ocorrer uma invasão. 

Foi esta mesma brincadeira que possibilitou a Welles entrar no mundo do cinema. Com apenas 26 anos, os estúdios RKO concederam-lhe a oportunidade de escrever, interpretar e produzir o seu primeiro filme. 

Essa longa-metragem, ‘Citizen Kane’ (1941) de seu nome, acabou por ser um autêntico ‘flop’ comercial, com os estúdios a perderem milhares de dólares. No entanto, foi considerado uma das obras-primas da Sétima Arte e foi candidato a 9 Óscares.

O filme gira à volta do magnata da imprensa, Charles Foster Kane, e da sua morte. A última palavra que Kane pronuncia é ‘Rosebud’, termo que permanece sem definição até ao final do filme, altura em que descobrimos que este é o nome do trenó que usou durante a infância, altura em que foi verdadeiramente feliz.

Depois do sucesso de ‘Citizen Kane’, Welles realizou e contracenou em vários filmes: ‘Macbeth’ (1948), ‘A Dama de Shangai’ (1947) – no qual contracenou com a sua mulher, Rita Hayworth -, ‘Othelo’ (1952) e Falstaff (1966) são alguns deles. Ao longo da sua carreira recebeu dezenas de prémios, incluindo um Óscar honorário em 1970 e a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1952.

Orson Welles morreu em 1985, aos 70 anos, vítima de um ataque cardíaco.

joana.alves@sol.pt