"A discussão sobre um alívio da dívida grega não é tabu. A única coisa impossível politicamente é eliminar o seu valor nominal (cerca de 320 mil milhões de euros)", disse Jeroen Dijsselbloem em entrevista ao jornal Le Monde.
O presidente do Eurogrupo lembrou que a questão já foi colocada a nível europeu em Novembro de 2012, com a condição de o governo grego cumprir os seus compromissos.
"No Eurogrupo, em Novembro de 2012, dissemos que se Atenas cumprisse todos os compromissos, terminasse o programa e a dívida continuasse a parecer insustentável, seria preciso ir mais longe", afirmou.
Esse alívio pode passar por um pagamento mais dilatado no prazo, com uma troca de títulos, mas o perdão seria uma iniciativa mais radical, forçando os credores da Grécia, incluindo países europeus, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu a inscreverem perdas nas suas contas.
O governo grego liderado pelo Syriza, esquerda radical, tem defendido um perdão, mesmo que parcial, da dívida do país, que representa mais de 175% do produto interno bruto.
Nos últimos dias, este assunto tem estado em destaque, depois de terem surgido na imprensa informações dando conta de alegadas divergências entre os credores, com o FMI a defender uma redução parcial, que seria rejeitada pelos europeus.
Lusa/SOL