O objectivo cumpriu-se na segunda-feira, com a nova lei a ser aprovada com 334 votos a favor e 61 contra. Números que revelam uma pequena rebelião no Partido Democrático, já que a oposição boicotou a votação de uma lei que diz ser antidemocrática.
“Esta lei foi concebida para criar um Estado de um só partido”, disse Renato Brunetta, o líder parlamentar do Força Itália de Silvio Berlusconi, que abandonou o apoio à reforma eleitoral depois de uma divergência com Renzi sobre a escolha de Sergio Mattarella para a presidência do país.
Renzi, que perante uma oposição dividida lidera as sondagens, é acusado de ser o mais provável beneficiado com uma reforma que dará a maioria absoluta a um partido que ultrapasse os 40% de votos. Caso ninguém consiga chegar a essa marca será agendada uma nova votação 15dias depois com as duas formações mais votadas, para que uma deles garanta a maioria.
O premier lembrou que o país já teve seis governos desde o início do século, alguns dos quais se tornaram vítimas das frágeis coligações a que se sujeitaram devido à actual lei. A mesma leitura têm as agências de rating, com a Fitch a anunciar de imediato “um reforço no perfil de crédito soberano” do país.
A proposta prevê a eleição de deputados por sistema proporcional e divide o país numa centena de círculos eleitorais. As listas passam a ter no mínimo 40% de mulheres. É também definido que um partido que não chegue aos 3% a nível nacional não terá representação em Roma. A reforma só poderá ser aplicada em 2016, quando estiver finalizada a outra parte do plano de Renzi: reduzir os poderes do Senado, que passa a ser composto de autarcas e dirigentes regionais e não de membros eleitos, como agora.