Rei saudita é baixa de peso na Cimeira de Obama com amigos do Golfo

O objectivo era acalmar os principais parceiros regionais dos Estados Unidos em relação ao iminente acordo nuclear que o país negoceia com o Irão. Mas a reunião do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que decorrerá na quarta e quinta-feira em Washington e Camp David, não contará com o líder do principal aliado norte-americano na…

O rei Salman da Arábia confirmou a ausência no domingo, apenas 48 horas depois de a Casa Branca anunciar a sua ida a Washington para “retomar as consultas numa longa lista de assuntos regionais e bilaterais”. A ausência foi explicada oficialmente com o acordo de cessar-fogo de cinco dias que a Arábia Saudita promoveu no conflito no Iémen, onde uma rebelião de um grupo xiita ameaça a hegemonia sunita apoiada pelos sauditas.

O New York Times cita representantes árabes do GCC para dizer que a recusa do rei saudita passa pela fraca expectativa que os aliados árabes têm em relação às garantias que os EUA têm para dar em relação ao Irão, a potência xiita cuja ascensão está a ameaçar a maioria sunita da região, desempenhando papéis importantes no Iraque, na Síria e no Líbano, através de um dos seus braços armados, o Hezbollah.

Os emires do Qatar e do Kuwait serão os únicos líderes a acompanhar Obama, mas a Arábia Saudita não deixará de estar representada. E logo pelos dois príncipes que Salman designou como herdeiros do trono numa decisão polémica que contrariou as ordens do seu antecessor, Abdullah, falecido em Janeiro. Mohammed bin Nayef, actualmente ministro do Interior, e Mohammed bin Salman, o ministro da Defesa que iniciou a campanha de bombardeamentos no Iémen.

Na antevisão da cimeira, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou “uma nova série de compromissos que criarão, entre os EUA e o GCC, um novo entendimento de segurança, com novas iniciativas”. Mas segundo fontes ligadas ao processo contaram ao New York Times, Obama terá esclarecido que não poderá fazer mais do que uma declaração presidencial, pois qualquer iniciativa mais robusta necessitaria de aprovação do Congresso, que não se adivinha fácil.