Cientistas alertam para mutação de estirpe da tifóide

Um grupo de cientistas alertou ontem para uma mutação na estirpe da tifóide que criou resistência aos antibióticos em África e Ásia.

Segundo um artigo divulgado na Nature Genetics, a mutação foi detectada em amostras de bactéria recolhidas em 63 países.

As amostras revelaram uma estirpe multirresistente, denominada H58, que não responde aos antibióticos.

A H58 adquiriu recentemente novas mutações que bloqueiam novas drogas, nomeadamente ciprofloxacina e azitromicina, acrescentaram.

O vírus agora dominantes "surgiu e espalhou-se pela Ásia e África ao longo dos últimos 30 anos", salientaram os cientistas.

Cerca de 21 milhões de pessoas são infectadas anualmente com a febre tifóide e entre 216 e 600 mil morrem, segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A doença é principalmente causada pela salmonela e os sintomas incluem febre, dores de cabeça, diarreia, manchas no peito e um aumento do baço e do fígado. 

Os cientistas pediram para a vigilância do H58 ser reforçada, limitando o uso dos antibióticos e aumentando os programas de vacinação, bem como o acesso a água potável e saneamento nos países pobres.

"As bactérias não obedecem a fronteiras internacionais e quaisquer esforços para conter a propagação deve ser coordenada globalmente", disse Stephen Baker, da unidade de investigação da Universidade de Oxford na cidade de Ho Chi Minh, no Vietname.

Lusa/SOL