A perda de tradições religiosas traz mais dores de cabeça aos partidos políticos, uma vez há uma ligação muito forte entre a fé professada e o sentido de voto. O Partido Republicado é ainda muito conotado com os cristãos brancos, que estão precisamente entre os que mais desceram no inquérito do Centro de Estudos Pew, noticia o Los Angeles Times. O Pew, que entrvistou 35 mil pessoas no ano passado, é considerado o órgão mais fidedigno, uma vez que os censos dos EUA não abordam a religião.
Segundo o estudo, perto de 20% dos americanos adultos que tiveram uma educação com tradições religiosas afastaram-se. Por outro lado, apenas 4% dos que não foram educados segundo uma fé acabaram por abraçar uma qualquer confissão religiosa. Este afastamento pode estar relacionado com questões fracturantes como casamento gay, aborto ou até legalização de drogas, indica o jornal americano.
Os 70,6% de cristãos americanos representam uma população de 173 milhões de adultos. A maioria são protestantes, mas se em 2007 ainda se situavam ligeiramente acima de metade da população adulta a professar algum tipo de fé, ficam-se agora pelos 46,5%. Dentro deste bloco, os metodistas e os presbiterianos desceram mais do que os evangélicos, que dominam com 62 milhões de fiéis. Os chamados ‘protestantes negros’ representam 7% da população e conseguiram sustentar as suas fileiras.
Quanto aos católicos, menos de 20% do total, também desceram três milhões desde 2007, para 51 milhões, mas o estudo do Centro Pew refere que nos últimos anos voltaram a recuperar um pouco. Por outro lado, quase 13% dos americanos adultos são ‘antigos católicos’, pessoas que deixaram de frequentar a igreja. São o maior grupo nessa situação de afastamento da fé no país.
Entre as religiões não cristãs os judeus são a maioria, com 2% da população, umas décimas acima dos dados de 2007. Os muçulmanos, hindus e budistas têm menos de 1% da população cada, mas os dois primeiros têm vindo a crescer rapidamente devido ao aumento de imigrantes asiáticos.
Os agnósticos, ateus ou “nada em particular” são agora quase 23%, quando em 2007 eram cerca de 1 em cada 6, 16,1%. Segundo a imprensa, os casamentos entre pessoas de religiões diferentes também aumentaram, passando de menos de 1 em cada 10 em 1960, para 4 em cada dez em 2010.