Estes foram os únicos dois adjectivos utilizados pelo presidente da Caixa Económica Montepio Geral para comentar a hecatombe no Grupo Espírito Santo. "Acho deplorável e lamentável que tenha acontecido."
No entanto, o banqueiro aproveitou a conferência de imprensa de apresentação de resultados trimestrais para clarificar os resultados da auditoria realizada pelo Banco de Portugal ao Montepio, descartando ainda qualquer semelhança entre o GES ou BES e o Montepio.
“Qualquer semelhança entre o Montepio e o Grupo GES ou BES não existe”, repetiu.
A comparação com o grupo de Ricardo Salgado tem sido alimentada pela ligação entre a área financeira – a Caixa Económica – e a não financeira – a Associação Mutualista. A auditoria do Banco de Portugal à instituição bancária e o vazio de instrumentos legais de supervisão da actividade da maior associação mutualista do País, tutelada pelo Ministério da Solidariedade, são os outros factores de pressão.
“Campanha de intoxicação” em ano de eleições
O presidente da instituição lamenta as notícias de que o Montepio tem sido alvo, qualificando-as de “campanha de intoxicação”.
O banqueiro refere que este será um ano de eleições para a Associação Mutualista, o que é sempre “um momento muito excitante”, recusando-se a nomear eventuais responsáveis pelo lançamento da “campanha de intoxicação”.
Esta campanha, admite Tomás Correia, suscita dúvidas aos potenciais investidores institucionais interessados em participar no aumento de capital do banco.
Tomás Correia critica que a imagem do Montepio esteja a ser prejudicada “sem que ninguém procurasse desmentir o que fosse, a não ser o Montepio”. Contudo, o responsável rejeita tecer críticas directas à actuação do regulador bancário. Carlos Costa ainda não fez qualquer esclarecimento público sobre a situação do Montepio.