Acusação defende que bombista do atentado em Boston merece morrer

O bombista do atentado na maratona de Boston, já condenado, Dzhokhar Tsarnaev, é um terrorista sem remorsos e merece morrer por ter assassinado norte-americanos inocentes em nome da política, disseram hoje os procuradores aos jurados no final do julgamento.

O jovem de 21 anos foi considerado culpado, no mês passado, de ter organizado a 15 de Abril de 2013 o duplo atentado, considerado o pior registado nos Estados Unidos desde os ataques levados a cabo pela Al-Qaida em 11 de setembro de 2001.

O atentado de Boston provocou três mortos e 264 feridos em consequência do rebentamento de dois engenhos explosivos de fabrico artesanal, colocados junto à linha de chegada da prova da maratona.

A decisão dos 12 jurados foi unânime e anunciada após cerca de 11 horas de reunião.

O imigrante, de ascendência chechena, foi considerado culpado de 17 crimes, entre os quais o uso de arma de destruição em massa com a intenção de matar, assim como de assistir, planear e executar quatro pessoas, três das quais mortas no atentado. A quarta morte foi a de um agente da polícia atingido por tiros dias depois do atentado, durante uma perseguição.

Estas condenações deixam aos jurados duas opções: a pena de morte ou pena perpétua sem direito a liberdade condicional.

"As suas ações fizeram com que ganhasse uma sentença de morte", afirmou o procurador assistente Steve Mellin, dirigindo-se ao júri, na declaração final da acusação, enquanto Tsarnaev se mantinha imóvel, fitando a mesa à sua frente.

Steve Mellin citou uma mensagem que Tsarnaev escreveu, antes de ser preso, na qual este justifica os ataques com as guerras no Iraque e no Afeganistão.

"Sem remorso, sem perdão. Estas foram as palavras de um terrorista convencido que tinha feito o correto. Ele sentiu-se legitimado a matar, mutilar e ferir homens mulheres e crianças inocentes", afirmou.

A defesa, que deverá fazer as alegações finais ainda hoje, reconheceu que o seu cliente participou no atentado, mas que o instigador foi o seu irmão mais velho, Tamerlan, morto durante a perseguição policial ocorrida dias depois.

Lusa/SOL