No ano passado, o constitucionalista chegou a avançar com uma acção judicial popular contra a aplicação do Acordo Ortográfico no ensino – subscrita pelos ex-governantes Isabel Pires de Lima, Diogo Freitas do Amaral, António Arnaut e António Bagão Félix, entre outros – que ainda não teve desfecho. “Na minha opinião, ainda é reversível porque o AO está muito mal feito, além de que Angola e Moçambique ainda não ratificaram a sua aplicação”.
A sua aplicação, defende, é inconstitucional: “O AO 90 tem inúmeras fragilidades. 'Electrónica e Electrotecnia' pode ser escrito de 32 formas diferentes sem violar o AO, o que contraria o próprio conceito de ortografia”. E dá um exemplo: “Por vezes, o AO escolhe as formas que se usam menos no Brasil. Na maior parte do território português diz-se 'perspectiva', mas com o acordo deverá escrever-se 'prespetiva', pelo que estamos a afastar-nos do próprio português que é praticado no Brasil”.