“E nos jardins da Água, uma espécie de labirinto interactivo, também nada funciona. Aquilo que nos disseram foi que os equipamentos iriam ser retirados e substituídos por uma solução low-cost”, conta ainda. “Soubemos, na última Assembleia de Freguesia, que o jardim da Água será arrasado, os equipamentos retirados e será feito algo de novo com custos de manutenção mais reduzidos”, lê-se também num post do grupo do Facebook Vigilantes do Parque das Nações.
Também os jardins Garcia d’ Orta, continua Rui Laginha, não têm um futuro risonho. A ideia é recuperar dois talhões destes jardins este ano e os restantes até 2017. Ou seja, conclui, “os 25% de espaços verdes que são responsabilidade da Junta” – liderada pelo movimento independente Parque das Nações por Nós, que se coligou há cerca de dois meses com o PS – “estão ao abandono”. “Pensávamos que as coisas iriam melhorar, mas não”, lamenta Rui Laginha.
A gestão da Junta é outra das questões levantadas pelos residentes no Parque das Nações, que criaram blogues e páginas no Facebook para se queixarem. Estão também a ser recolhidas assinaturas para obrigar o executivo da freguesia a responder às suas questões numa sessão extraordinária.
Bruno Figueiredo – do movimento Pela Qualidade Urbana do Parque das Nações – diz que nem o parque infantil do Parque Tejo funciona: “Está fechado há um ano”, relata o morador, que tem dois filhos de seis e três anos. “Havia bastante expectativa na actuação desta Junta de Freguesia, mas nem a manutenção do património urbano nem a dos espaços verdes foi acautelada”, acusa, dando o exemplo das dezenas de palmeiras que eram alvo de tratamento quatro vezes por ano contra a praga que assola estas árvores por todo o país e que, ao “deixarem de ser feitos, foram simplesmente cortadas, porque o contrato não foi renovado”.
‘Em pausa’
Em relação ao jardim da Música, o presidente da Junta, José Moreno, explicou aoSOL que os equipamentos retirados, dada a degradação, eram “um perigo público”. Além disso, “não eram adequados para estar no espaço público e só ali foram instalados porque a Parque Expo não tinha outro sítio para os colocar”. Por outro lado, continua o autarca, a empresa que na altura ali colocou esses equipamentos “orçamentou a sua substituição em dezenas de milhares de euros e desaconselhou a sua manutenção no espaço público”. Por isso, “o jardim da Música entrou em ‘pausa’ até a Junta de Freguesia encontrar uma solução condigna para devolver aos cidadãos a fruição lúdica dos equipamentos, com toda a segurança. No local ficaram ainda dois equipamentos, bem como o arranjo paisagístico que já existia”.
Quanto ao jardim Garcia d’ Orta, garante o autarca, está a ser estudada por gabinetes de arquitectura a sua “recuperação, a curto/médio prazo”: “Devido às elevadas verbas necessárias”, apenas “a primeira fase de requalificação arrancará a curto prazo”.
Finalmente, o “jardim da Água apresenta também rupturas na estrutura de contenção, que estão em análise técnica na Câmara, com a consequente abertura de um concurso para as obras de reabilitação, por parte da CML”. José Moreno lembra que a Junta do Parque das Nações “recebeu estes espaços em elevado estado de degradação”: “A Parque Expo não fazia qualquer acção de limpeza e conservação há vários anos. Este é um facto comprovado pelos técnicos em árvores com ‘memória’, como por exemplo as palmeiras”.
Aos cidadãos que protestam, a Junta respondeu entretanto no Facebook: “Enquanto uns, é mais petições, falatório, blogues, e-mails, videozinhos e fotozinhas, outros trabalham. É esta a grande diferença…”.