Na quinta-feira, ao início da tarde, um barco com cerca de 300 pessoas, de etnia rohingya, estava à deriva no Mar de Andaman, perto da costa tailandesa, com homens, mulheres e crianças a apelarem "à ajuda", constataram os jornalistas da AFP no local.
"Cerca de 10 pessoas morreram na viagem. Lançámos os corpos à água", gritou em rohingya um dos migrantes aos jornalistas, que estavam num barco nas proximidades.
"Estamos no mar desde há dois meses. Queremos ir para a Malásia, mas não conseguimos chegar ao país", acrescentou.
No barco, foi colocada uma bandeira negra, na qual foi escrito em Inglês: "Somos Rohingyas da Birmânia".
"Não comemos há uma semana, não há sítio para dormir e os meus filhos estão doentes", afirmou uma jovem mãe, com quatro filhos, com idades entre dois e oito anos, aos jornalistas da AFP.
Um oficial da marinha tailandesa indicou que iam ajudar a reparar o motor da embarcação para que "possam chegar ao seu destino".
Mas a Malásia e a Indonésia, que dizem recear uma vaga de migrantes, continuam a repelir todos os barcos, condenando os passageiros desesperados à permanência na sua prisão flutuante.
Kuala Lumpur já repeliu cerca de 600 migrantes que estavam a bordo de dois barcos, tal como a Indonésia, que fez o mesmo com uma embarcação.
Cerca de duas mil pessoas, entre as quais numerosos Rohingyas, uma minoria muçulmana considerada pela Organização das Nações Unidas uma das mais perseguidas no mundo, chegaram à costa malaia e indonésia nos últimos dias.
"As marinhas tailandesa, malaia e indonésia devem acabar com este jogo de pingue-pongue humano e, pelo contrário, trabalhar em conjunto para salvar todos os que estão nestes barcos funestos", declarou o director-adjunto para a Ásia da Human Rights Watch, Phil Robertson.
Lusa/SOL