O músico norte-americano B.B. King, considerado o "rei dos blues" e que entrou para o "Rock and Roll Hall of Fame" em 1987, morreu na quinta-feira, em Las Vegas, EUA, aos 89 anos, revelou hoje o seu advogado.
Rui Veloso tocou seis vezes com B.B. King, quando de concertos do músico em Portugal, quatro vezes em 1990 (duas no Estoril e duas no Porto), uma em 1996, em Lisboa (Coliseu) e, depois, de novo em Lisboa em 1998 (Expo-98).
Admirador confesso de B.B. King, Rui Veloso lembrou à Lusa esses momentos e a grande alegria que teve quando o músico norte-americano lhe disse, em 1998, que o nome dele chegou a ser falado para tocar num disco que acabara de gravar.
"Nem nos meus sonhos passava tocar com o B.B.King, era uma coisa tão inatingível (…) como é que um 'gajo' da freguesia do Lordelo vai tocar com o B.B. King? Ninguém pensa nisso", disse à Lusa.
E sendo certo que o mundo da música ficou mais pobre, disse Rui Veloso que a música não tem fim e que, se B.B. King morreu, como Freddie ou Albert King morreram, "felizmente fica alguma coisa".
"Fica a obra, [ficam] os discos, fica o espírito que eles transmitiram e que me transmitiram a mim. Tenho a esperança de que eu passe um bocadinho, para que haja pessoas que tenham momentos de felicidade, como eu tive. Não a tocar com o B.B. King pessoalmente, que foi uma coisa incrível, mas aqueles momentos de intimidade, quando punha um disco do B.B. King e pegava na guitarra e tocava por cima da música", disse à Lusa.
E concluiu: "Foi assim que aprendi a gostar de blues. O B.B. King foi uma pessoa muito importante para mim, um músico muito importante".
Considerado um dos artistas mais influentes de todos os tempos, B.B. King ganhou 16 prémios 'Grammy' e gravou mais de 50 discos em quase 60 anos de carreira. Para a história ficam temas como "Three O'Clock Blues", "The Thrill Is Gone" e "When Love Comes to Town", em colaboração com os irlandeses U2.
Lusa/SOL