A pena capital está sujeita a um parecer não vinculativo do ‘mufti’ (jurista que interpreta a lei islâmica) do Egito, antes de ser confirmada ou revogada no dia 02 de junho
Morsi, o primeiro presidente democraticamente eleito no Egito, após a revolução de 2011, pode recorrer da sentença.
O antigo chefe de Estado já tinha sido condenado a 20 anos de prisão, há três semanas, num primeiro processo relacionado com atos de violência contra manifestantes, ocorridos durante o seu curto mandato de um ano.
Morsi chegou ao poder em junho de 2012 e foi derrubado pelos militares em julho de 2013.
O tribunal do Cairo, onde foi julgado, emitiu veredictos em dois processos: o primeiro envolvia Morsi e outros 128 acusados, entre os quais membros da Irmandade Muçulmana, do movimento palestiniano Hamas e do libanês Hezbollah, devido às fugas em massa da prisão seguidas de violência durante a revolta popular de 2011 que culminou na queda do presidente Mubarak; o segundo, por espionagem entre 2005 e 2013, a favor do Hamas, do Hezbollah e do Irão.
Neste segundo processo, Morsi, que compareceu sorridente no tribunal, no interior de uma jaula insonorizada, escapou à pena de morte que foi aplicada a 16 dos acusados.
Vários condenados foram julgados à revelia, incluindo o destacado clérigo islâmico Yusuf al-Qaradawi, que reside no Qatar.
Lusa/SOL