Maria Luís Albuquerque
É certo que havia previsões mais optimistas de crescimento do PIB no 1.º trimestre (que chegavam aos 2,1%), mas os 1,4% divulgados esta semana pelo INE constituem um crescimento da economia portuguesa acima da média de 1% da zona euro (à frente da Alemanha, Itália ou Grécia). É um dos dois melhores trimestres desde 2010 e o PIB sobe graças à melhoria das exportações e a um decréscimo das importações (a que ajudou a descida do preço do petróleo) – ou seja, com base nas variáveis que a ministra das Finanças não se cansa de defender como axiais para o nosso modelo de crescimento.
Sombra:
António Costa
Quanto menos optimistas aparecem as sondagens mais promessas o líder do PS se apressa a fazer. Agora, depois de dizer que repõe mais depressa os cortes da sobretaxa e dos salários do funcionalismo público, veio prometer mexidas nos escalões do IRS para diminuir a carga fiscal sobre o trabalho, a reposição já no próximo ano dos feriados civis e religiosos e voltar atrás das 40 para as 35 horas de trabalho semanais dos funcionários do Estado. Como se tem visto nas eleições por essa Europa fora, multiplicar promessas a eito não parece convencer os eleitorados. Nem beneficiar os partidos que as fazem.
Carvalho da Silva
Desistiu da candidatura presidencial com que sonhara, ao permitir que Sampaio da Nóvoa ocupasse o seu espaço político e o deixasse com um reduzido campo de manobra e apoios marginais. A sua candidatura seria um equívoco destinado a uma votação residual, pois ele próprio está longe de conseguir o consenso de toda a esquerda e a sua figura de ex-sindicalista às ordens do PCP não é das mais mobilizadoras. Sonhou demasiado alto e, quando deu por isso, estava fora da corrida.
Hélder Santinhos
O sindicato dos pilotos levou até ao fim os dez dias de uma descabelada greve e, a culminar, o seu porta-voz ainda veio fazer um balanço inqualificável: 'Tínhamos o país todo contra nós, mas conseguimos infligir um prejuízo de 30 milhões à TAP!'… Este SPAC parecem os jihadistas do sindicalismo, com tanta cegueira corporativa e tamanho fanatismo político-sindical.