No site criado pelo sistema judicial luxemburguês, os administradores de insolvência publicaram hoje dois comunicados com a mesma informação: “Serão aceites reclamações de créditos após 1 de Junho de 2015. Com base na informação actualmente disponível, pede-se para que os credores se assumam como tal até 30 de Setembro de 2015”.
“Para a apresentação de seus créditos, os credores são convidados a utilizar apenas o formulário publicado no site e a fornecerem a documentação completa”, lê-se no site.
O prazo inicial para reclamação de créditos terminava no dia 1 de Junho. Assim, os titulares de papel comercial e restantes credores têm agora mais três meses para reclamarem créditos sobre estas empresas.
Os motivos para o alargamento do prazo não são explicados.
Recorde-se que há cerca de 2.500 clientes com papel comercial da ESI e da Rioforte adquirido aos balcões do BES que ainda não foram reembolsados. Ao todo, esses clientes reclamam cerca de 520 milhões de euros.
O Diário Económico noticia hoje que o Banco Central Europeu quer ter uma palavra na solução que venha a ser encontrada para ressarcir os clientes. Numa carta enviada ao Banco de Portugal, o BCE não aceita que o Novo Banco “compense os investidores, dado que tal poria em causa a hierarquia de credores prevista nas regras europeias da resolução bancária”.
Em declarações à Lusa, Ricardo Ângelo, presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), considera que o Banco Central Europeu (BCE) "não está bem informado" sobre o que foi prometido pelo Banco de Portugal (BdP) aos clientes do GES.
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, tem defendido que a opção mais viável para estes clientes é assumirem-se como credores, reclamando créditos sobre a massa insolvente destas empresas ESI e Rioforte.