Fontes policiais contactadas pelo SOL dizem que o oficial da PSP, a quem já foi instaurado um processo disciplinar, é conhecido por ser “impulsivo”. Um dos seus sonhos será o de ingressar no Corpo de Intervenção, unidade de elite vocacionada para resolver confrontos e repor a ordem pública.
Este oficial, de 30 anos, iniciou a carreira em Sintra, onde comandou a esquadra de Rio de Mouro, e foi depois para Guimarães, onde lidera actualmente a esquadra de investigação criminal. A PSP já fez saber que, para já, irá mantê-lo ao serviço porque o inquérito disciplinar só agora foi instaurado. Caso venha a ser considerado culpado, o oficial pode ser condenado uma pena de suspensão, de expulsão ou de aposentação compulsiva.
Filipe Macedo enfrenta, neste momento, três processos: um disciplinar, outro em curso na Inspecção-geral da Administração Interna (IGAI), e outro de âmbito criminal, uma vez que o empresário José Magalhães, vítima das agressões, já anunciou que irá processá-lo.
No auto que o próprio redigiu, Filipe Macedo acusou o empresário de o ter insultado e cuspido, algo que José Magalhães desmente. A PSP e a IGAI vão agora apurar se houve uso excessivo e desproporcionado da força por parte do oficial, que atirou ao chão o empresário e, quando este já estava imobilizado, ainda o atingiu com um bastão extensível (de metal), concebido para utilização em caso de ameaças graves e que raramente é usado até por elementos do Corpo de Intervenção.
O pai do empresário também foi agredido com violentos empurrões pelo polícia, perante os netos, de nove e 13 anos, que foram afastados por outros agentes presentes no local.
“Terá muitas dificuldades em justificar esta atitude, até porque tinha todas as condições para fazer uma detenção em segurança, se isso se justificasse, porque havia muitos agentes à volta”, explica fonte policial. “Uma vez dada voz de detenção, o senhor devia ter sido manietado, e o avó e as crianças afastados dali, e transportados à esquadra com alguma distância do pai”.