De acordo com as conclusões do estudo 'Públicos e Consumos de Media', desenvolvido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), com base num inquérito, "a televisão continua a ser o meio de comunicação mais utilizado para consumo de notícias entre os públicos portugueses".
O estudo aponta ainda que "mais de nove em cada dez inquiridos identificaram os programas televisivos noticiosos como um recurso que utilizaram para consulta de notícias (93%), durante a semana anterior à realização do inquérito, o que demonstra que este meio tradicional mantém o seu predomínio enquanto fonte noticiosa face às plataformas digitais".
As redes sociais "são o segundo recurso mais utilizado para aceder a notícias (66%), surgindo ligeiramente à frente dos jornais impressos (65%)", adianta o estudo, que acrescenta que a rádio "é identificada como fonte de notícias utilizada por mais de um quarto dos inquiridos (28%)".
A maioria dos inquiridos (66%) aponta os programas de notícias de televisão "como a mais importante fonte" de informação, pelo que "permite afirmar que a televisão mantém o seu protagonismo como principal meio noticioso, mesmo entre os utilizadores de Internet que consomem notícias 'online'", refere o documento.
Já os jornais impressos ocupam o segundo lugar relativamente à importância atribuída às fontes noticiosas, com 29% de referências, seguido das redes sociais (18%) e dos 'sites' e aplicações de jornais, com 17%.
Relativamente ao tempo diário que os inquiridos gastam no consumo de notícias, o estudo conclui que "é à televisão que os portugueses dedicam mais tempo", sendo que "mais de um terço dos inquiridos dispensou, no dia anterior à realização do questionário, mais de 60 minutos a consumir notícias televisivas (33%)".
O computador é o segundo dispositivo "utilizado durante mais tempo para consumir notícias", com quase metade (49%) dos inquiridos a consultarem informação durante mais de 21 minutos na véspera do inquérito, enquanto 20% dos inquiridos adiantou que o intervalo de tempo na consulta dos mesmos oscila entre os 10 e 20 minutos.
No que respeita ao interesse por notícias, a frequência de consulta de informação em meios 'offline', ou seja, televisão, rádio e jornais, "é superior à utilização de meios 'online'", refere o estudo, apontando que a maioria de utilizadores de Internet consulta notícias em meios 'offline' "várias horas por dia" (43%) e/ou "uma vez por dia" (30%).
De acordo com o estudo, "a frequência de consulta de notícias em meios 'online' é um pouco mais reduzida, embora a maioria dos entrevistados se revele consumidor frequente de notícias 'online': cerca de um em cada cinco dos inquiridos consulta notícias 'online' 'uma vez por dia' (21%) e cerca de um terço dos inquiridos fá-lo 'várias vezes por dia' (33%)".
Estes são os primeiros resultados do primeiro inquérito nacional realizado pela ERC – Públicos e Consumos de Media.
"A primeira edição do inquérito teve como enfoque principal os consumos de notícias em plataformas digitais, utilizando como referência o inquérito realizado pelo Reuters Institute for The Study of Journalism, no Digital News Report 2014", adianta.
O estudo contou com o apoio científico de uma equipa de investigadores do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia – Instituto Universitário de Lisboa (CIES – IUL), coordenado pelo professor Gustavo Cardoso, com a Eurosondagem responsável pela realização do inquérito nacional, com entrevistas presenciais a uma amostra de 1.035 pessoas representativa da população residente em Portugal com 15 ou mais anos.
As entrevistas foram realizadas entre 20 de setembro e 12 de outubro do ano passado.
"A análise que se desenvolve neste relatório, dada a especificidade do seu objeto", centra-se essencialmente numa subamostra constituída por 625 inquiridos, "que foram identificados no decurso da aplicação do inquérito como aqueles que utilizam Internet e que denotam algum grau de interesse pelo consumo de notícias".
Lusa/SOL