De acordo com Miguel Mendes, presidente da SPC, “há ainda um longo caminho para percorrer, sobretudo no que respeita à prevenção das doenças do coração, potencialmente evitáveis e preveníveis antes dos 70 anos”. E avança que “é urgente diminuir o desequilíbrio entre tratar e prevenir quando se sabe que a maior parte dos recursos mundiais na área da saúde vão para tratar e apenas uma ínfima parte destes recursos são canalizados para prevenir”.
A SPC alerta ainda para a necessidade de os pacientes saberem antecipar-se a uma das situações de maior urgência, como o enfarte do miocárdio. Aprender os sinais e agir depressa – contactando o 112 – são acções fundamentais. Os sinais a que devemos estar atentos, neste caso, podem resumir-se a quatro: de acordo com a SPC, os pacientes sentem desconforto torácico – “A maioria dos enfartes evolui com um desconforto no centro do peito persistente (habitualmente dura mais que 20 minutos) ou em paroxismos (um vai e vem)”. Essa sensação de desconforto pode ser uma pressão, um aperto ou uma dor. O desconforto pode sentir-se noutras áreas do corpo, como num ou em ambos os membros superiores, no dorso, no pescoço, no maxilar inferior ou no estômago.
O paciente pode ainda sentir falta de ar, com ou sem desconforto torácico e suores frios, náuseas, tonturas ou desmaio.
Por outro lado, reflecte ainda a SPC no mesmo comunicado, os doentes submetidos a reabilitação cardíaca (acompanhamento dos doentes pós-enfarte) ainda são poucos no nosso país e estão longe da realidade internacional. E recomenda que o tempo de espera para cirurgias cardíacas seja, evidentemente, o menor possível.
*Sístole é o período de contracção muscular das câmaras cardíacas que alterna com o período de repouso, diástole.